Funchal

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A Mudança no Funchal

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Contributo do Docente


Serve de pretexto o facto de Paulo Cafôfo, candidato da «Coligação Mudança», ser um docente, para lembrar o papel dos professores na vida pública. Esta é uma percepção pessoal, que ainda não tive oportunidade de partilhar com o público. Julgo, porém, que é pertinente abordar este assunto. Convivi com professores toda a minha vida. Devo dizer, que não foi só o âmbito familiar que trouxe esta convivência; tive, noutros contextos, o mesmo privilégio. É daqui que nascem os conceitos desta reflexão.

Se questionasse ao leitor, qual o verbo que resume a função de um professor, não será descabido supor, que a resposta mais frequente, poderia ser o verbo «Educar». A Língua Portuguesa atribuí um sentido nobre a esta palavra, pois, «dar educação», alberga semanticamente, não só a aquisição de qualidades intelectuais, ou conhecimentos técnicos, como atinge o lado humano dos educandos, a sua fibra ética, a cortesia e os modos de convivência; os princípios e valores, pelos quais nos guiamos.

É esta dupla faceta, humana e técnica, que vejo reunida na figura do professor. Não nos podemos esquecer que a sala de aula pode ser um ambiente frenético, cada aluno é uma sensibilidade diferente, o mesmo acontece nas suas expectativas e conhecimentos previamente adquiridos. Logo, o professor, concilia este ambiente fragmentado e disperso, providenciando coerência e unidade ao grupo heterogéneo, com a intenção de orientar a atenção dos alunos para um objectivo comum. Não é nenhuma coincidência, a semelhança com a política.

Um professor, tal como um político, empreende um mesmo esforço, de encontrar coerência e unidade, num ambiente fragmentado, com o intuito de equacionar soluções consistentes, de interesse comum.

Acrescento que, o valor dos professores, não termina nesta confluência de características humanas e técnicas. Os professores têm um acesso muito mais aprofundado aos cidadãos do que a generalidade dos políticos. Porque lidam com alunos de diferentes raízes sociais e económicas, assim como os seus encarregados de educação, os professores conhecem, e sentem, com grande detalhe, os problemas sociais que afectam as famílias, as suas dificuldades e os seus dilemas.

O respeito pela classe docente poderia ser mais extenso, se fossem reconhecidos certos aspectos do seu ofício. Estou certo, e em tom de sugestão, e porque não, de desafio, que os professores podem ter um papel ainda mais activo na sociedade. Faz falta na política, este apanhado de competências, conhecimentos e sensibilidade.

3 comentários:

  1. O texto está muito bem escrito e a reflexão simples e muito adequada. É uma boa síntese. Um pormenor que afeta a sua comparação é o fato do ordenado médio do professor estar a muitas léguas de distância do político, para muito menos (e não refiro o universitário que é outro patamar).

    Globalmente falando creio que pode estar a desenvolver-se um quase equívoco. Paulo Cafôfo é candidato a presidente de uma autarquia e não a primeiro-ministro. Pelo menos por enquanto.

    Parabéns pelo blogue,

    Maria Teresa Figueira, professora do Primeiro Ciclo.

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  2. Esteja à vontade em fazer qualquer crítica ou observação.

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