Funchal

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A Mudança no Funchal

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Questionário "Na Senda da Mudança"

Absorvendo o mesmo princípio do «Questionário de Proust», a equipa da "Mudança" criou um similar para todos aqueles que acreditam que é possível termos um Funchal diferente. As mesmas perguntas serão feitas às mais diversas pessoas, sem olhar a veleidades pessoais.

O que pretendemos, neste questionário, é sublinhar o espírito de cidadania daqueles que ambicionam "Mudança", neste anfiteatro urbano virado para o Atlântico. A normalidade democrática exige ouvir os cidadãos, um princípio que deve ser reforçado na nossa região.




Primeira Questão:

Todos sabemos a definição do dicionário para «Mudança». No entanto, uma palavra pode ser vivida das mais variadas formas. Assim, pode dizer qual é o significado de «Mudança» no seu universo pessoal? E, a partir deste significado, pode explicar como este motiva a sua acção num projecto para a cidade do Funchal? 

Segunda Questão:

Falamos de "Mudança", vamos agora para a Confiança, Cidadania e Compromisso. Como estes três "cês" afectam a sua vida activa, nos mais diversos âmbitos: pessoal, profissional, social ou político?

Terceira Questão:

Fala-nos um pouco da sua perspectiva sobre cidade do Funchal? 


Fonte - Foto: TAP Portugal


Os compromissos não são artíficios eleitorais


Sinopse:

Precisamos de "Mudança". Ainda há poucos dias, o Dr. Bruno Pereira assumiu um compromisso com a Juventude. Trata-se da criação do Conselho Municipal da Juventude. Não podemos pôr em causa a bondade da promessa, mas Carina Ferro lembra que o Dr. Bruno Pereira, no passado, teve já oportunidade de lançar este mecanismo de ouvir os jovens, até porque a lei facultava esta possibilidade, e tal não aconteceu. 

A "Mudança" tão necessária, exige que a classe política esteja permanentemente a ouvir os cidadãos, especialmente, os jovens. Os compromissos não podem ser superficiais, e ditos com ligeireza. A Cidadania é uma força social que o Funchal muito precisa. Assim, Carina Ferro lança o desafio, tanto ao PSD e JSD, como ao Dr. Bruno Pereira, de apoiar a legislação de tornar estes Conselhos Municipais, num órgão de consulta com força vinculativa. Carina Ferro é peremptória: «Só assim, o Dr. Pereira pode assumir um genuíno compromisso com a juventude.»




Como sabes houve uma promessa do candidato Dr. Bruno Pereira em relação à criação do Conselho Municipal da Juventude. Como vês esta promessa?

Não é propriamente uma novidade. Aliás, senti uma certa estranheza quando soube que o Dr. Bruno Pereira apresentou esta promessa eleitoral como uma novidade, pois teve diversas oportunidades, no passado recente, enquanto Vice-Presidente da CMF, de implementar a "novidade" no Funchal e não o fez. Esta "promessa" é uma bandeira da JS-Madeira há muitos anos; inclusive, e as pessoas bem se recordam, a JS-Madeira reivindicou não só a implementação dos Conselhos Municipais de Juventude, como a reactivação do próprio Conselho Regional da Juventude da Madeira. 

Porque achas então que esta proposta apareceu como uma novidade da campanha, quando poderia ter sido implementada antes?

Oportunismo político. A própria JSD (creio que todos nos demos conta de que a reunião não foi com os “jovens funchalenses” mas com uma ala muito específica da JSD) sabia, ou deveria saber, que o Decreto Legislativo Regional que cria o regime jurídico dos Conselhos Municipais da Juventude já foi aprovado em 2010. Mais surpreendente do que assumir-se este compromisso agora, é apresentar esta ideia de que é algo novo, quando na verdade, o que se passa, é que a CMF não cumpriu com o estipulado nesse diploma, o qual obrigava a uma implementação dos CMJ's no prazo de seis meses após a publicação do mesmo. Passaram quase três anos! O que ele, como candidato, deveria ter assumido, é que o executivo do qual fazia parte descurou totalmente os interesses do jovens e as medidas legais que consagram a sua representatividade no espaço municipal.  

Existe a lei, logo pergunto se esta lei é funcional, ou na prática faz alguma diferença?

A adaptação do PSD da Lei nº 8/2009 à Região, tal como está não nos [jovens] serve. Em 2010, a JS-Madeira deu entrada na Assembleia Legislativa Regional de um Projecto de Decreto Legislativo que adaptava esta lei à Região, que é consideravelmente diferente da que está em vigor actualmente. Na altura da discussão da proposta da JS e da JSD, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista propôs que os diplomas fossem discutidos em conjunto de forma a colmatar as divergências entre as duas propostas e criar uma proposta consensual e essa proposta foi rejeitada pelo PSD. A proposta social-democrata transformou aquele que nós entendemos que deve ser um parecer obrigatório num parecer facultativo. Mais grave do que isso, nas temáticas que dizem respeito às políticas de juventude a própria consulta ao CMJ é, hoje, facultativa. Esta consulta não pode ser só facultativa, tem de ser obrigatória. Em suma, a JS-Madeira pretendia, na sua proposta, que a consulta ao CMJ' fosse obrigatória e o parecer fosse vinculativo. Neste momento, o que o Dr. Pereira está a dizer é que pode ouvir o CMJ, quando lhe aprouver, cumprindo finalmente a lei, mas que não existe obrigatoriedade nenhuma por parte da CMF de cumprir ou dar seguimento a nada do que seja decidido nessa reunião. Na prática, esta promessa vale zero. 

Portanto, esta parece ser uma salutar promessa, mas que depois não terá consequência nenhuma?

Se o Dr. Bruno Pereira quer realmente assumir esse compromisso, que promova a criação do regulamento do Conselho Municipal de Juventude do Funchal de forma que a CMF esteja obrigada à consulta deste órgão em todas as matérias que respeitem às políticas da juventude e à elaboração do orçamento municipal. E se calhar a ala da JSD, a que está tão efusiva com esta candidatura, deveria aproveitar a oportunidade para tomar todas as diligências necessárias junto do seu Grupo Parlamentar para que a proposta de alteração do DLR N° 20/2010/M, que vai dar entrada na ALRAM por iniciativa da JS-Madeira – no sentido de tornar este CMJ num órgão de consulta obrigatória, com competências para emitir parecer prévio com força vinculativa quanto à aplicação de políticas de juventude no município, e quanto à apreciação e discussão do orçamento municipal – seja aprovada. Só assim, o Dr. Pereira pode assumir um genuíno compromisso com a juventude. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Câmara do Funchal: O poder da Quinta Vigia não pode ser absoluto



Não é novidade nenhuma que devemos de alterar o regime, mas a questão impõem-se: qual regime? Digamos a verdade sem subtilezas, a democracia na região é perversa. O poder na nossa região nasce da confiança depositada no inquilino da Quinta Vigia. A autonomia criou uma espécie de turbina deturpada, facultando meios à Presidência do Governo Regional, de prosseguir os seus fins sem ouvir ninguém. E quem se atrever a não ser um "yes man", é despachado como um "good bye man".

A Câmara Municipal do Funchal, apesar de todas a limitações inerentes, constitui uma frente de resistência a este poder absoluto emanado da Quinta Vigia. Se há coisa que os candidatos à Câmara Municipal do Funchal deveriam saber, é que são obrigados manter algum distanciamento em relação ao Dr. Alberto João Jardim, tanto mais não seja, para não serem mais uma peça secundária do xadrez político, incapazes até de serem líderes do seu próprio executivo camarário.



O Dr. Bruno Pereira, segundo consta, é uma excelente pessoa e está munido de competências úteis à Câmara Municipal do Funchal. Porém, tendo em conta todo o processo que o levou a ser candidato, mais parece uma oliveira rodeada de eucaliptos, e todos nós sabemos que uma árvore não faz a floresta. A política está impregnada de "novelas", mas esta é particularmente insidiosa, pois põem causa a liberdade e independência de pessoas que fazem parte do próprio PSD, pondo os militantes deste partido uns contra os outros. O Dr. Bruno Pereira deveria ter compreendido que "amigo verdadeiro vale mais do que dinheiro", e o Dr. Alberto João Jardim nunca foi propriamente um grande amigo seu.

Os partidos precisam de coesão, mas esta não pode ser forçada. O Dr. Bruno Pereira cedeu em toda a linha e, não há duvidas, mesmo dentro das hostes sociais-democratas, que esta cedência comprometeu a capacidade do candidato em bater o pé aos abusos oriundos da Quinta Vigia.

O poder da Quinta Vigia não pode ser absoluto, mas a sua influência já começa a manifestar-se e ainda mal começou a campanha. Se isto continua assim, temos uma Câmara do Funchal como um anexo subalterno da Quinta Vigia. O regime só vai agudizar a sua força se o Dr. Bruno Pereira chegar ao poder. Estou certo, que muitos sociais-democratas do Funchal não querem, de forma alguma, este desfecho.


Ambiente: Funchal

A questão do ambiente é fundamental para o Funchal. Sendo um anfiteatro urbano, rodeado de montanhas, ou seja, a orografia poderá pôr em causa a segurança da cidade, temos de suster os solos na orla montanhosa da cidade e isso faz-se com um ambiente florestal saudável, para não falar da preservação do recurso a água potável.

Por outro lado, o turismo não visita a região só pela qualidade da hotelaria, os turistas apreciam a nossa natureza. Em contraste flagrante com as zonas urbanas europeias, temos uma floresta rica em espécies de rara beleza, que faz valer a pena viajar à nossa região.

Estou convicto até que a qualidade da nossa cidade, a natureza, os monumentos, a segurança e a cultura, são factores mais relevantes para o turismo do que a mera lógica da competitividade dos preços de transporte.

Assim, é de saudar que a Candidatura da Mudança, esteja disposta a ouvir pessoas que prestam o seu serviço, conhecimentos e dedicação ao nosso ambiente, como é o caso da responsável da Quercus na região.



sábado, 25 de maio de 2013

Chris Hadfield: Madeira

Para quem não sabe, Chris Hadfield é o austronauta mais popular do momento. Esteve 146 dias no espaço, na Estação Espacial Internacional (EEI), e aqui escreveu para redes sociais, blogues e Twitter, descrevendo a sua aventura ao detalhe, o que chamou a atenção de milhões de pessoas. 
Não posso deixar de reproduzir aqui uma foto de Hadfield, é uma imagem da Madeira vista do espaço. É curioso, termos um astronauta a observar-nos lá de cima, quando temos tantos políticos com os pés no chão rasteiro mas com a cabeça na lua, ignorando os nossos reais problemas. 

Autor: Chris Hadfield 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Reflorestação: uma necessidade

Autor: Paulo Cafôfo

Quando se fala de refazer uma floresta, como é o caso da reflorestação do Parque Ecológico do Funchal, pressinto que muitas pessoas olham para isto como um gesto de simpatia pela natureza, e não como uma actividade pragmática e essencial para o nosso bem-estar. 

Vejamos, então, as pragmáticas vantagens de termos uma floresta autóctone viva e a respirar saúde. A primeira razão evidente reside na capacidade destas plantas observarem a água que depois serve para alimentar os lençóis freáticos. A disponibilidade de água potável que temos na nossa cidade deve muito à nossa floresta, e julgo não ser necessário apontar o quanto é importante ter esta benesse da natureza. O segundo motivo, prende-se com a capacidade da floresta em suster os solos, prevenindo a erosão que, como bem sabemos, pode originar as piores catástrofes, como é o caso do 20 de Fevereiro. A terceira razão, leva-me a lembrar o facto que a Laurissilva é património natural, que atrai muitos turistas à nossa região, tornando o turismo e hotelaria, verdadeiros motores da economia regional. 

Daqui sublinho, a excelente iniciativa da Coligação "Mudança", de colocar o "Ambiente e Sustentabilidade" como elementos cruciais da acção do município do Funchal. É possível já sentir a mudança, o que leva-me a acreditar que o horizonte perspectiva uma renovada convicção que o acto de mudar fará parte do nosso quotidiano.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Olhar pela "Mudança"

«Uma cidade em agonia», é assim que Paulo Cafôfo descreve a nossa cidade, em resultado do primeiro "Encontros com o Funchal". Não é por acaso, nem a afirmação é só de teor político. Trata-se de uma realidade factual. Muitos madeirenses, no seu quotidiano, lidam com sérios problemas, e, em muitos casos, estamos a falar de situações em que a própria subsistência está em causa. O Funchal não é excepção.
Já mencionei que há muitas famílias em risco de perder a casa, pois não têm condições, nem perspectivas, de ver a economia gerar mais ou melhores empregos. Não tenhamos ilusões, devemos ter sentido de urgência em acudir estas pessoas. A Câmara Municipal do Funchal não está assim tão limitada no seu âmbito de acção, ao ponto de não garantir cabazes alimentares, apoio logístico e financeiro, a diversas instituições que cuidam dos cidadãos em necessidade. Estes apoios são laterais ao problema específico que referi, mas poderão ser uma folga para que estas famílias possam manter a dignidade, e preservar o seu património habitacional.
É neste sentido, que a Coligação "Mudança", na pessoa do seu cabeça-de-lista, tem visitado diversas instituições. O que podemos fazer de modo a contribuir para estas instituições? Quais são as suas carências e obstáculos? Que meios precisam estas instituições para ir mais longe e serem mais eficazes? São estas as perguntas fundamentais deste périplo de Paulo Cafôfo.
"Olhar pelas pessoas" é isto: conhecer as dificuldades dos munícipes, e reunir esforços para encontrar soluções. Não há outra forma de dizer isto, chegamos onde chegamos, porque poucos tiveram a ousadia de constatar as evidências que os próprios olhos lhes facultavam. Não podemos continuar neste reino de ignorância calculista, o acto de mudar é o único caminho para prevenir que a miséria alastre.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

¡Venezuela!

                                 

Sempre incomodou-me a displiciência perante a comunidade luso-venezuelana. A crítica é suportada por inúmeras pessoas que dizem-me que há um certo menosprezo por esta comunidade, e que, o imenso potencial que temos nas relações com a Venezuela está completamente sub-aproveitado. Espero que esta situação seja tida em conta no acto de mudar, pois desperdiçar uma porta de entrada para os mercados latino-americanos parece-me ser um daqueles erros que o primeiro-ministro adjectivou como «colossais». 
A abertura é um ponto de partida para compreender a sensibilidade destas pessoas. A partir daqui, as oportunidades multiplicam-se, e sejamos honestos, não é o momento de fechar os olhos a oportunidades. A região enfrenta grandes dilemas, e há atitudes que, definitivamente, não ajudam.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sermão aos Peixes Na Baía Do Funchal

Não compreendo a parafernália de obras na baía do Funchal, mas confesso que pode ser falha minha, o meu limitado discernimento pode não conseguir atingir as sábias e complexas razões, pelas quais, a baía do Funchal irá ficar completamente descaracterizada. Para além disto, vivemos num momento, em que a incerteza é ponto de ordem, ou seja, estamos perante um colapso social e económico, o que torna ainda mais difícil compreender a bondade deste projecto.
Mais uma vez, reitero que não tenho competências técnicas, para discutir com profundidade, o intuito deste "empreendimento", mas acabei de ver a cor das águas da nossa baía, estão sujas e cheias de lixo, o que me permite dizer, com alguma segurança, que a baía do Funchal, não será propriamente o lugar ideal, para que o Padre António Vieira pudesse pregar o seu sermão aos peixes. 


quarta-feira, 15 de maio de 2013

As Câmaras Podem Inovar

Nem sempre relacionamos uma Câmara Muncipal com empreendedorismo ou inovação. Mas o que não faltam, por todo o país, são projectos que ligam instituições ao poder local. Vejo aqui o caso da Câmara Municipal da Covilhã, que fez uma parceria com uma empresa ligada à Universidade da Beira Interior, num projecto que permitirá uma engenhosa forma de aproveitar as energias urbanas. 




Porque será que estas parcerias não são frequentes na nossa região? 

Fonte: Público. 




Paixão Pelo Funchal (5)

A rubrica "Paixão pelo Funchal" não pode deixar omissas as paixões dos funchalenses. 

A crónica foi publicada ontem no Diário de Notícias da Madeira. O autor é Miguel Pestana. O tema, não pode deixar de chamar a atenção: Miguel Esteves Cardoso. A pretexto da publicação de um livro seu, o MEC, deu-nos uma entrevista, e temos um funchalense a manifestar as razões porque devemos ler este autor. Eu subscrevo todas.

Deixo aqui a crónica: A entrevista com Miguel Esteves Cardoso




E o blogue de Miguel Pestana: Silêncios que Falam 

(Este blogue merece ser lido.)


"A Exacta Medida"

Não quero abusar do privilégio de citar Raquel Gonçalves, mas encontrei um trecho que não posso deixar escapar: 

"Porque razão temos um mar feito de lágrimas e sílabas feitas de plástico?"

O texto ficou bem impresso na memória, é de 2011...

É fácil compreender a reminiscência, a autora revela um completo à-vontade com as belas-letras lusas. Uma familiaridade, infelizmente, incomum. 

Eu sublinhei as "síbalas feitas de plástico" porque sempre gostei do poema «Portugal», de Alexandre O'Neill: «Ó Portugal, se fosses só três sílabas, (...), de plástico, que era mais barato!». 

Regressando à crónica, fico surpreso, como um texto de 2011, não perde a sua força, com o natural efeito de erosão do tempo: 

"Encostámo-nos a um tempo que é o nosso e deixámo-nos ficar no conforto daquilo  que conhecemos. Que pode não ser grande, nem glorioso, mas é nosso."

E desobedecendo à sequência do texto, volto a subscrever as palavras da autora:

«Provavelmente não existem respostas, nem grandes explicações ou filosofias. É assim e pronto, como as coisas que realmente não se explicam.»

Serve tudo isto, para uma muito pessoal conclusão. 

Há muito e previdente talento na nossa região, porém, sou quase forçado a concluir: este não está presente nos lugares certos. 

Gonçalo Gomes: "Atlântica Madeira"

O trabalho de Gonçalo Gomes merece destaque, como podemos ver nas notícias do DN-Madeira. Mas mais do que uma notícia, merece atenção, porque o seu filme é «uma homenagem e uma promoção à biodiversidade do mar da Madeira e consequentemente à actividade do mergulho na Região», nas palavras do próprio. Assim que terei oportunidade, vou ver o "Atlântica Madeira" e o "Mau Rei", dois trabalhos do fotógrafo e realizador madeirense. O talento regional é sempre capaz de surpreender-nos.

Deixo aqui a página, do DN-Madeira, dedicada aos prémios do autor:


terça-feira, 14 de maio de 2013

Uma Democracia Plural

Encontro sempre excelentes notas sobre o pluralismo. Aliás, somos todos muito plurais, e, infinitamente, democráticos. Porém, uma coisa é o discurso, outra, completamente diferente, é a acção, seja esta nas nossas próprias vidas privadas, seja na vida pública. Na região, este contraste não chega a ser patente, pois não há, sequer, uma tentativa de exibir tolerância perante a diversidade de opiniões. Quantos aqueles não foram inibidos na região de expressar as suas posições? Nos partidos, nos departamentos, nos gabinetes, na imprensa? A pressão é constante, exigente e acintosa. Já perdi a conta, dos casos em que cidadãos foram amordaçados pelas razões mais pueris. 
Sou um defensor de um sistema assente na coesão plural. Sei que é impossível termos uma democracia perfeita. A democracia não é um sistema político estático, a democracia é um processo permanente de debate, confronto, discussão, melhoria e aperfeiçoamento; uma democracia saudável está sempre em movimento para a perfeição, não deixa a estagnação instalar-se. Como diria Naomi Wolf, uma autora norte-americana, que viajou à região com o intuito de participar no Festival Literário da Madeira, para perdermos a democracia, basta não fazer nada. 
Tendo presente que a perfeição está longe do nosso alcance, há aspectos que todos deveremos aceitar, isto se queremos produzir mudança na região. Devemos entender que há áreas de governação que não podem estar nas mãos de uma oligarquia; que a transparência é uma necessidade primordial; que auscultação das decisões e acções dos responsáveis políticos, um mecanismo que previne abusos. 
Bem sei, que estas são observações genéricas, e que, para materializar estes princípios, todo um conjunto de cidadãos deve estar mobilizado para este fim. Pode parecer uma utopia, mas julgo que, de uma forma transversal a todos os concelhos da região, deve ser lançado o debate sobre normas e princípios de boas práticas na gestão autárquica. Normas que trouxessem um senso de responsabilidade, transparência e uma governação saudável, uniformes a todas as câmaras da região. Por exemplo: muitos actos das Câmaras devem ser públicos, a situação financeira das Câmaras deve ser conhecida pelos munícipes; instrumentos como os Orçamentos Participativos, devem ser implementados em todos os municípios. 
Creio que a primeira promessa de todas as candidaturas autárquicas, deverá ser a criação de meios e mecanismos, para que haja uma maior participação dos munícipes nos assuntos das Câmaras, para que estes possam conhecer, avaliar, aperfeiçoar, ou até, ampliar e enriquecer, aquelas que são as funções camarárias. Trazer o pluralismo para dentro das instituições públicas, a começar pelas Câmaras, será uma forma de prevenir o descalabro financeiro e social que temos visto...



"A seven nation army couldn't hold 'us' back"

Qualquer campanha precisa de alguma irreverência e muita energia. Este riff do Jack White tem tudo isso, para além do mais, "a seven nation army couldn't hold me back", serve sempre como perfeito galvanizador:




segunda-feira, 13 de maio de 2013

Nevoeiro Cortante


Uma das razões que levou-me ao rumo da cidadania, foi ver o meu país em desesperação. Em todo o lado, sinto o descrédito. Até instituições como a Presidência da República perderam o lastro. Estamos sem referências ou pontos cardeais, e, no meio do nevoeiro, divagamos, sem ventos favoráveis. Entre a confusão, sinto que o rancor está a tomar conta do país. Já nem sabemos o que representa a "austeridade", uma expressão que exigia algum rigor e nobreza, descambou em num mero excercício de subserviência. Leio este trecho de Vasco Pulido Valente, aqui, e pressinto que não sou o único a ser tomado por estes pensamentos:

«A humilhação que se acumula já fez desaparecer a mais leve ideia de responsabilidade pela catástrofe em que nos metemos (ou em que nos meteram). Ficou só o ódio. [...] E nem sequer um ódio cerimonioso e disfarçado. A vida pública começa a tomar um “tom” muito semelhante às piores fases do PREC. [...] Os jornais não hesitam em distorcer ou inventar os factos e acabaram num coro de queixas quase completamente inútil. As sessões da Assembleia da República parecem as sessões da última câmara monárquica na sua agonia. Não se sabe quem manda no governo ou se o governo realmente manda. E o dr. Cavaco arranjou para si um “exílio interior”, que o protege das baixas realidades do mundo. O ministro das Finanças altera impostos, taxas, contribuições (parece que até hoje 65 vezes), para se conformar aos “conselhos” da troika, que são os da Alemanha. [...] E, como sempre, o desespero inspira e multiplica a mentira: a mentira sistemática ou a mentira ocasional. Toda a gente mente, com raiva e com maldade ou pura e simplesmente por inconsciência. Portugal entrou numa nova era de pobreza, de conflito e de isolamento: e essa era promete durar.»

Fonte - Foto: Da Literatura





Paixão Pelo Funchal (4)

Encontro no Delito de Opinião, um dos melhores blogues portugueses, um post de Pedro Correia, com o título "Um Mar de Chamas". O post é de 2012, e serve para lembrar o papel do DN-Madeira, e o facto, que a preocupação com os incêndios deve ser permanente.


"A Cidade e o Cinema"

Não posso deixar de dar o meu apoio pessoal a esta iniciativa do Clube Universitário de Cinema da UMa. Aqui, podemos encontrar a apresentação do projecto, através da divulgação do primeiro filme a ser exibido: 

"A exibição deste filme integra uma iniciativa do Clube Universitário de Cinema da UMa que inaugura a sua atividade com um ciclo dedicado à relação do cinema com a cidade, enquanto matéria profílmica, que assume diferentes papéis como os de protagonista, pano de fundo da narrativa, espaço de deriva ou outras formas de relação metafórica com as personagens ou enredos. Os filmes, que poderão ser vistos (ou revistos sob um novo olhar), constituem-se como pontos de partida para um debate que pretende refletir sobre a ideia de cidade, e o papel desta na narrativa cinematográfica, através do olhar de alguns realizadores marcantes da história do cinema."

Qual será o cinéfilo que se esquecerá do Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore, onde o cinema era vivido por todos? Esta iniciativa tenta reproduzir o fascínio colectivo em torno do cinema, fornecendo "um novo olhar", uma nova perspectiva. Não nos podemos esquecer que o cinema transforma, transformando-nos, é uma força viva, capaz de produzir mudança. 



Foto: Cinema Paraíso
Fonte: IMDb

"Microempreendedorismo para todos."

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, traduz bem aquilo que penso sobre as potencialidades  das autarquias, no domínio da criação de valor. Para além da ideia, já exposta, do "artista residente", deixo aqui uma nota sobre a necessidade das Câmaras, ou apoiarem organismos que já facultam formação, ou facultarem directamente workshops, como é o caso do Lisboa Empreende, uma boa iniciativa que aproxima os munícipes da sua cidade. 


A Cidadania Faz Toda a Diferença

Encontrei um documento do Governo Regional dos Açores, relativo a uma área primordial, a Saúde. A ideia é produzir modificações no Sistema Regional de Saúde, para que este torne-se mais eficaz e articulado: 

"A Proposta de reestruturação do Serviço Regional de Saúde propõe medidas relativas à organização e gestão do SRS e cria as condições necessárias para melhorar a articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, de modo a que os centros de saúde e os hospitais se complementem."

Devo sublinhar, porém, que todo este processo não é fechado. Está aberto a toda sociedade civil, incluindo todos os partidos da Oposição. Neste documento, podemos ver exactamente isso. Quando conversamos de assuntos cruciais, como a Saúde, não são as facções partidárias que contam, é a cidadania. Uma nota relevante, numa era onde estamos demasiado fixados em aparelhos, siglas, frases feitas ou slogans. 


«Ni victimes ni bourreaux»

Sendo uma proposta de leitura, ainda não tive oportunidade de ler. O título é de Albert Camus: Ni victimes ni bourreaux. 



Faço uma tradução, exclusivamente, pessoal: Não seremos vitimas, Não seremos carrascos. No lugar de «carrascos» poderiam estar «tiranos», «opressores», «vingativos». Adequado...


Fotos:
1. Edição Inglesa: Neither Victims Nor Executioners.
2. Albert Camus.

domingo, 12 de maio de 2013

Não É A Miséria Que Deve Ser Elástica

Compreendo a iniciativa da senhora. Ensinar o público a alimentar-se com 12 euros (10 libras) semanais, poderá ser, efectivamente, útil para muitas pessoas. Fico, porém, com a impressão que são os mais carenciados que devem ajustar todos os detalhes das suas vidas à miséria, como se estívessemos a ensinar os pobre a serem pobres. Encaixa, perfeitamente, na narrativa de viver "acima das possibilidades". Encaixa, até, demasiado bem. É tudo demasiado conveniente. Parece um regresso ao passado, onde as nossas necessidades estão muito abaixo daquilo que é a nossa dignidade. 

Dito isto, viveremos num mundo, onde a política passa a ser inócua. Confesso que tenho receio destas fantasias, onde a pobreza tem de ser elástica e tudo o resto permanece inamovível. Temos de ser inflexíveis com isto. 

Notícia: uma jovem mãe tornou-se um fenómeno da blogosfera porque ensina as pessoas a preparar refeições diárias, com 58 cêntimos, ou seja, 12 euros por semana.

Foto: Jack Monroe



Fonte: Público

Voltar ao Verbo (Raquel Gonçalves)

Neste momento de incerteza, dominado por números farpados, Raquel Gonçalves escreve sobre o regresso às palavras, sendo estas, o veículo privilegiado para levar aos outros tudo aquilo que acreditamos, facultando o arsenal que defende a nossa dignidade. 

Não posso deixar de transcrever as próprias palavras da autora:  

"Por isso, prefiro, se calhar, voltar às palavras, mesmo quando estas se mostram insuficientes para contar o que já não nos devolve a esperança.

E as palavras levam-me à denúncia dos que continuam a preferir a ilusão de outros números, os resultados de glórias passadas, ou o número de ilusionismo que mais não pretende do que mascarar a realidade. Neste número cai quem quer, quem gosta ou quem prefere ignorar números e palavras, mesmo quando estes gritam alto a nossa matemática de desvantagem."
Realmente, as coisas, estão "a preto e branco". 
Fonte - Foto: a preto e branco
Título: A confiança saiu pela porta dos fundos



sábado, 11 de maio de 2013

"Vita Activa"

Não posso esconder as minhas referências, e esta mulher é uma delas. Encontro sempre um rol de críticas em torno de Hannah Arendt, e confesso que sempre tive alguma dificuldade em compreender a razão destas, até encontrar as suas cartas publicadas. Um pouco como a correspondência entre Agustina Bessa-Luís e Jorge De Sena, ambas as autoras revelam uma irresistível irreverência e algum desprezo por convenções e artificialismo. Não conheço a obra completa de ambas, que foi, em ambos os casos, extensa. Julgo porém que qualquer elogio, a qualquer uma destas duas mulheres, pecará sempre por defeito. Há casos em que mesmo com um vislumbre parcial, o encanto não deixa de ser inteiro.
Num projecto que assenta os pés em solo plural, a expressão de Hannah Arendt "vita activa" será sempre um auspicioso mote. Num mundo em que a linguagem política é reduzida a slogans, e o próprio discurso redunda frequentemente num elaborado fogo-de-artíficio verbal, as três palavras, "labor, trabalho, acção", são, por si só, todo um projecto político. 


Hannah Arendt

Um Dever de Cidadania Premente



Já adquiria ocasionalmente o Diário de Notícias da Madeira, mas não com a frequência desejável, isto é, todos os dias. Tornou-se um dever de cidadania comprar este matutino. Não tenhamos ilusões, os jornalistas exercem um ofício e têm vidas como todos nós. Não é possível termos jornalismo independente sem jornais com autonomia financeira, e, esta advém, dos leitores. 

Os jornais prestam-nos um serviço indelével: informar, esclarecer, esvanecer a penumbra das ficções políticas, desmascarar ilusões. Devemos fazer a nossa parte, pois dependemos dos jornais para termos uma democracia viva e uma liberdade mais incisiva. Não quero ver a democracia escapar das minhas mãos, como grãos de areia. O meu compromisso com a cidadania exige o gesto diário de pagar o ofício daqueles que salvaguardam a minha liberdade e os meus direitos. 



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Paixão Pelo Funchal (3)

Mais parece uma fajã urbanizada...

Autor: Donato Paulo Vares Macedo
(Curiosamente, vejo aqui que fajã é uma terra resultante de desprendimentos de uma encosta ou arriba.) 

Paixão Pelo Funchal (2)


Praia Formosa
Autor: Paulo Cafôfo

Para acompanhar a campanha da Coligação "Mudança", por favor, visitar a página oficial da candidatura: Paulo Cafôfo

Cidadania Pela Arquitectura

Foram anunciados há poucos dias os finalistas do prémio Aga Khan. Este é um prémio virado para comunidades de maioria mulçumana, e envolve projectos comunitários, seja na promoção de melhoramentos em monumentos históricos, habitação social, ou protecção do ambiente. 

Fiquei fascinado com alguns destes projectos, são ousados, mas não ignoram a comunidade. Deixo aqui dois exemplos:

1. Instituto de Filme e Animação de Kantana, Tailândia.



2. Centro de Interpretação de Mapungubwe, África do Sul










Arte Citadina: Um Exemplo

Não devemos ser parcimoniosos na promoção da arte como fenómeno colectivo, como algo que faz parte do nosso quotidiano, e que pode proporcionar uma significativa transformação, no modo como encaramos a cidadania.


Tim Goodman

Neste artigo, deparei-me com o artista Tim Goodman, que leva a sua arte não só a espaços públicos, como, igualmente, a espaços interiores, como as paredes de um quarto de hotel. É preciso sublinhar, que no caso do Ace Hotel, em Nova Iorque, os quartos onde Tim Goodman esteve presente, têm uma grande procura, logo, é indubitável que a arte pode servir de catalisador para o dinamismo turístico de uma urbe.

Tim Goodman - Time


Não é só fundamental existir uma estratégia, o que não faltam são grandes ideias associadas a estes conceitos. É preciso mais do que isto, ir mais longe. Defendo a figura dos "artistas residentes", artistas ligados à cidade de forma permanente. Creio que o processo criativo precisa de ser incentivado, seja no lado dos estímulos, seja através do desafio. Deveria haver maior abertura para aqueles que querem imprimir o seu talento no Funchal, não esquecendo o facto que são precisas condições para que tal seja possível. Acrescento que esta abertura, não pode cingir-se a momentos pontuais, mais do que boas intenções, é uma questão de atitude consistente.

Obviamente, que estas observações partem de uma posição pessoal, no entanto, estou confiante que na "Mudança", já está integrada este compromisso.


Uma Campanha Que Pertence Aos Cidadãos

A Coligação "Mudança" não exclui ninguém. Este é Manuel Tiago, e veio ao Centro do Funchal cheio de entusiasmo acompanhar o pai em mais uma iniciativa da campanha. 

Manuel Tiago
Autor: Duarte Caldeira Ferreira
Podemos encontrar a mesma foto, no blogue do pai orgulhoso, o Duarte Caldeira Ferreira: Madeira Do Avesso


O Contributo do Docente


Serve de pretexto o facto de Paulo Cafôfo, candidato da «Coligação Mudança», ser um docente, para lembrar o papel dos professores na vida pública. Esta é uma percepção pessoal, que ainda não tive oportunidade de partilhar com o público. Julgo, porém, que é pertinente abordar este assunto. Convivi com professores toda a minha vida. Devo dizer, que não foi só o âmbito familiar que trouxe esta convivência; tive, noutros contextos, o mesmo privilégio. É daqui que nascem os conceitos desta reflexão.

Se questionasse ao leitor, qual o verbo que resume a função de um professor, não será descabido supor, que a resposta mais frequente, poderia ser o verbo «Educar». A Língua Portuguesa atribuí um sentido nobre a esta palavra, pois, «dar educação», alberga semanticamente, não só a aquisição de qualidades intelectuais, ou conhecimentos técnicos, como atinge o lado humano dos educandos, a sua fibra ética, a cortesia e os modos de convivência; os princípios e valores, pelos quais nos guiamos.

É esta dupla faceta, humana e técnica, que vejo reunida na figura do professor. Não nos podemos esquecer que a sala de aula pode ser um ambiente frenético, cada aluno é uma sensibilidade diferente, o mesmo acontece nas suas expectativas e conhecimentos previamente adquiridos. Logo, o professor, concilia este ambiente fragmentado e disperso, providenciando coerência e unidade ao grupo heterogéneo, com a intenção de orientar a atenção dos alunos para um objectivo comum. Não é nenhuma coincidência, a semelhança com a política.

Um professor, tal como um político, empreende um mesmo esforço, de encontrar coerência e unidade, num ambiente fragmentado, com o intuito de equacionar soluções consistentes, de interesse comum.

Acrescento que, o valor dos professores, não termina nesta confluência de características humanas e técnicas. Os professores têm um acesso muito mais aprofundado aos cidadãos do que a generalidade dos políticos. Porque lidam com alunos de diferentes raízes sociais e económicas, assim como os seus encarregados de educação, os professores conhecem, e sentem, com grande detalhe, os problemas sociais que afectam as famílias, as suas dificuldades e os seus dilemas.

O respeito pela classe docente poderia ser mais extenso, se fossem reconhecidos certos aspectos do seu ofício. Estou certo, e em tom de sugestão, e porque não, de desafio, que os professores podem ter um papel ainda mais activo na sociedade. Faz falta na política, este apanhado de competências, conhecimentos e sensibilidade.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um Fundador Exemplar

João Gonçalves Zarco, pelas mãos de Francisco Franco

Ouço, na voz de um amigo, que a história do Funchal está repleta de adversidade, mas ainda bem que assim é, diz ele, pois a adversidade é mãe do engenho e do carácter. João Gonçalves Zarco imprimiu o seu génio na nossa cidade movido, talvez, por esta força que é moldada pela própria dificuldade. Que a sua chama nos sirva de exemplo: em vez de deixarmos a fadiga tomar conta de nós, pois os obstáculos são sempre abundantes e variados, que estes sejam, por si só, o dínamo que alimenta as forças do nosso espírito.


Fonte (Imagem): Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco

Paixão pelo Funchal (1)

Não é que dou por mim, e vejo pessoas a manifestar espontaneamente a sua paixão por esta cidade do Atlântico, o Funchal. Miguel Silva Gouveia, autor do blogue Os Dias Do Fim, e um amigo, partilhou no seu perfil esta foto do nosso Funchal com o seguinte mote:

 "A nossa cidade é linda..."

Autor: Miguel Silva Gouveia

Não posso deixar de dizer que concordo contigo, Miguel. 






O ADN do Funchal Deve Ser Competitivo


Poderíamos dizer que é uma notícia, mas não é. Não é nenhuma novidade, já não é nenhum segredo, é algo que podemos sentir no nosso dia-a-dia. São muitos, aqueles que conheço, amigos, colegas, familiares, ou conhecidos, que ocupam os seus dias na busca permanente de uma oportunidade de trabalho.

Posso lançar o número publicado no Diário de Notícias da Madeira: 20%! Um quinto da população sem uma fonte de rendimento estável, cidadãos inibidos através da ausência de perspectivas de futuro. Pessoas sujeitas à precariedade, pois encontram-se numa posição de carência financeira, com contas ou dívidas para pagar, ou com despesas inevitáveis, como Filhos ou Idosos ao seu cuidado, Problemas de Saúde, ou o pagamento do Crédito Habitação.

Este ponto é essencial: muitas pessoas não podem cortar em certas despesas. Uma criança não pode ficar sem alimentos, um doente precisa de cuidados, uma habitação é um sonho de uma vida.

É a partir desta evidência, que Paulo Cafôfo, quer trazer políticas de proximidade e empenhamento social, quer proporcionar, em suma, uma nova política centrada nos cidadãos. O colapso económico está a trazer miséria. Os políticos não podem encarar estes dilemas como um incómodo, é preciso mudar, caso contrário, a situação agrava-se.

Muitos podem argumentar que uma Câmara Municipal não está directamente ligada ao problema do desemprego. O candidato da "Mudança", Paulo Cafôfo, discorda desta tentativa de fugir às responsabilidades.

A Coligação "Mudança" é um projecto político consistente. É possível agir, com compromisso e confiança. Vejamos os pontos-chave desta acção:

Rentabilizar: a cidade do Funchal pode estar orientada para a criação de valor e riqueza, dado que, possuí activos sub-aproveitados e atractivos com potencial económico considerável.

Revitalizar: o Funchal é uma cidade europeia, em pleno Atlântico. Uma cidade que pode atrair empresas, empreendedores, ideias. A cidade do Funchal pode ser um pólo económico, pode servir de plataforma para as empresas entrarem nos mercados latinos, como a Venezuela ou o Brasil; ou então de África, como são os casos de Angola e África do Sul.

Requalificar: é preciso garantir que, a nível de competências, a cidade possa oferecer quadros qualificados que sustentem o crescimento económico. Aqui, há que ter em conta, todo o tipo de necessidades das empresas, a nível de recursos humanos. Apostar na formação e no acompanhamento ao investimento estrangeiro na região, são pontos fundamentais.

ADN Turístico: o ADN económico da cidade do Funchal deve obrigatoriamente contemplar o turismo, logo, Paulo Cafôfo, propõem a criação de um centro de decisão municipal neste domínio.

Finalmente, sem querer minimizar a importância da economia, e tendo presente que é preciso apostar nesta permanentemente, há que salvaguardar os direitos sociais dos funchalenses.

A viragem económica pode ser lenta, assim, precisamos de ter uma forte atenção nos problemas sociais, antes, e mesmo depois, do ponto de inflexão na produção de riqueza local.

Todos estes pontos, estão presentes nas comunicações públicas de Paulo Cafôfo. Seja no seu discurso inaugural, seja na entrevista ao Tribuna que consta na página oficial da Campanha "Mudança".




quarta-feira, 8 de maio de 2013

Yesterday, Today, Tomorrow

Esta flor é conhecida como "yesterday, today, tomorrow"...

...podemos encontrar a mesma em muitos dos nossos jardins...

...como se fosse um aviso à nossa consciência....

Autora: Renke Olieslagers 

  
yesterday, today, tomorrow


Momentos Literários de Campanha: Funchal (1)


Entrelaçados nas lides políticas, somos levados a esquecer a literatura. O tempo é exíguo, a concentração consome muitas energias, ficamos, assim, com a ilusão que não há tempo para ler, nem que seja um pequeno trecho. 

Quero que esta campanha seja focada na cidade do Funchal, e uma das formas como consigo preservar a minha dedicação e esforço, é através da literatura. 

A melhor maneira, ao meu alcance, de conciliar estas duas forças, é trazer a lume trechos literários que aludem a nossa cidade. 

Começo com Tomas Tranströmer, com um trecho do seu poema Funchal.

«Embrenhamo-nos na multidão, somos empurrados amigavelmente, suaves controlos, todos falam, fervorosos, na língua estranha. “ um homem não é uma ilha.“ Por meio deles fortalecemo-nos, mas também por meio de nós mesmos. Por meio daquilo que existe em nós e que os outros não conseguem ver. Aquela coisa que só se consegue encontrar a ela própria. O paradoxo interior, a flor da garagem, a válvula contra a boa escuridão. 
Uma bebida que borbulha nos copos vazios. Um altifalante que propaga o silêncio. 


Um atalho que, por detrás de cada passo, cresce e cresce. Um livro que só no escuro se consegue ler.» 

(Traducão do sueco para alemão por Hans Grössel)  
(Traducão do alemão para português por Luís Costa.)

Fonte: Citador.




Conceito "Mudança": «Pocket Park»

Mudança: Ambiente

Em muitos cantos do Funchal, nas suas encostas, em terrenos baldios, ou outros espaços, podemos encontrar lugares de inadvertida desatenção. Ora, o «Pocket Park» poderá ser um conceito que preencha estes vazios.

A beleza pode ser levada a mais locais. Podemos intervir em zonas urbanas, que não sejam só jardins e parques. Tendo em conta, dois vectores: a preservação da natureza e a vertente estética. Estes pequenos parques, podem ser dedicados à flora endémica.

Em muitos casos, temos locais onde as espécies invasoras proliferam. Devemos cuidar destes locais, apostando em espécies próprias da região. A cidade de Londres tem um projecto dedicado só a este tema, que pode ser encontrado aqui.

A foto é de um peculiar «Pocket Park», localizado em Seattle, EUA: Waterfall Garden Park.








Waterfall Garden Park

Mudança: O Compromisso com Confiança na Cidadania (1)

Mudança: Cultura
Na política temos a crença que o excepcional é uma raridade, podem haver momentos extraordinários, mas o quotidiano é preenchido pelo ordinário, e não pelo o talento. E não é só o talento político que está aqui em causa. Um dos talentos de um político é sublinhar e promover a criatividade e o mérito dos cidadãos, ou seja, dos outros. Isto é, por vezes, ofuscado, e fica em segundo plano.

Uma Câmara virada para as pessoas é uma Câmara que dá ânimo aquilo que há melhor nestas. Não duvido que o Funchal tem pessoas de enorme talento, nos mais abrangentes domínios: arquitectura, ambiente, teatro, literatura, design, voluntariado, animação, cinema, pintura, dança, música, etc; uma lista interminável de pessoas que podem dar um renovado toque criativo a esta cidade do Atlântico, o Funchal.

Paulo Cafôfo já o disse, e não irei cansar-me de repetir: é preciso sublinhar o talento dos madeirenses. Até porque a Autonomia não é só uma entidade administrativa. É muito mais do que isto. A Autonomia deve vibrar na cultura, deve estar presente no nosso quotidiano.

A cidade do Funchal é um elemento central nesta mudança, já que pode agregar variadas dinâmicas, de âmbito urbano e cultural, que depois podem fazer eco muito além das fronteiras oceânicas da região.

Este projecto terá detalhes e maior precisão. Será facultado ao público para discussão. Todas as ideias serão bem-vindas, para que seja possível criar um modelo consistente neste domínio.