Funchal

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A Mudança no Funchal

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sobre coligações

Chove a critica miudinha na coligação autárquica para o Funchal, sobre isto há vários pontos a reflectir para chegarmos a uma conclusão responsável.  

Primeiro, é referida a incongruência ideológica entre os partidos da Mudança. O ataque tem um alvo específico, mas fiquemos-nos pelo essencial:

1) Uma coligação não dilui a essência dos respectivos partidos que dão forma à mesma. O BE não perde o seu vínculo à esquerda por pertencer à coligação, continuará a ser um partido de causas, permanecerá uma força na defesa do Estado Social, não desistirá da incidência crítica perante o descalabro da troika. A coligação Mudança é apenas mais uma valência - autárquica - que não anula as outras vertentes de intervenção política e ideológica do BE. O mesmo se aplica aos outros partidos, incluindo o PND, PTP, PAN, MPT e PS. Estes permanecerão vivos e autónomos nas suas actividades políticas e nos seus ideais partidários. A permanência na coligação é uma valência, uma das tantas que dão força anímica a estes partidos. 

Segundo, é mencionado incompatibilidade entre as actividades de alguns partidos da coligação e a função responsável de governar uma câmara:

2) Eu discordo desta tese por uma única razão, a vontade de empreender apoio político a esta coligação Mudança, revela que os partidos em causa, pretenderam objectivamente acrescentar à sua natureza combativa contra um regime já gasto, uma nova função governativa, isto é, facultar uma alternativa de governo concreta àquilo que sempre criticaram: um regime monolítico com um partido dominante. Esta simples acção demonstra que estes partidos compreenderam que não basta criticar, é preciso dar alternativas, é fundamental construir um novo regime mais plural e assertivo. 

Terceiro, a coligação converge unânime na equipa liderada pelo Dr. Paulo Cafôfo. É uma união de responsabilidade num projecto de governação, numa equipa que quer produzir mudança e lançar a cidade num novo rumo. Chama-se a isto coesão para atingir um fim: um Funchal mais justo, mais solidário e próspero. Basta ver o que acontece na Europa, onde novos movimentos reaccionários aparecem um pouco por todo o lado como cogumelos. As coligações não são só necessárias, como podem ser imprescindíveis. Vejamos o caso da França, e as suas "Frentes Republicanas", que pretendem barrar um certo populismo xenófobo e radical. As coligações facultam algo essencial nas sociedades contemporâneas: coesão com pluralismo. A democracia não esmorece na diferença de posições. Muito pelo contrário: a democracia enriquece. 

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