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A Mudança no Funchal

sábado, 11 de maio de 2013

"Vita Activa"

Não posso esconder as minhas referências, e esta mulher é uma delas. Encontro sempre um rol de críticas em torno de Hannah Arendt, e confesso que sempre tive alguma dificuldade em compreender a razão destas, até encontrar as suas cartas publicadas. Um pouco como a correspondência entre Agustina Bessa-Luís e Jorge De Sena, ambas as autoras revelam uma irresistível irreverência e algum desprezo por convenções e artificialismo. Não conheço a obra completa de ambas, que foi, em ambos os casos, extensa. Julgo porém que qualquer elogio, a qualquer uma destas duas mulheres, pecará sempre por defeito. Há casos em que mesmo com um vislumbre parcial, o encanto não deixa de ser inteiro.
Num projecto que assenta os pés em solo plural, a expressão de Hannah Arendt "vita activa" será sempre um auspicioso mote. Num mundo em que a linguagem política é reduzida a slogans, e o próprio discurso redunda frequentemente num elaborado fogo-de-artíficio verbal, as três palavras, "labor, trabalho, acção", são, por si só, todo um projecto político. 


Hannah Arendt

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