Luís Aguiar descreve a sua cidade como "abandonada". O Funchal é uma cidade limpa, segura, dotada com tudo para os seus cidadãos terem qualidade de vida. No entanto, a política regional, num contexto nacional e europeu tenebrosamente desfavoraveis, não permite rasgados elogios. A confiança é pouca, a participação escassa, é preciso uma mudança de 180° para o Funchal libertar-se da orfandade.
Os compromissos políticos estão de alguma forma manietados por pressões ilegítimas. Luís Aguiar questiona: o Funchal precisa de cuidados e desvelos, mas de onde virá o financiamento para tal planeamento urbanístico e dinamismo cultural? A economia treme com a dívida, não há margem para mais impostos, e as refregas da Quinta Vigia não ajudam na resolução dos problemas de periferia da região. Precisamos de um novo rumo, primeiro que restabeleça a confiança, depois que salvaguarde o crescimento seguro e sustentável.
Primeira Questão:
Todos sabemos a definição do dicionário para «Mudança». No entanto, uma palavra pode
ser vivida das mais variadas formas. Assim, pode dizer qual é o significado de «Mudança», no seu universo pessoal? E,
a partir deste significado, pode explicar como este motiva a sua acção num projecto para a cidade do Funchal?
A minha acção para a mudança, ainda que pouca, é motivada por vários fatores, desde ao assistir da degradação económica e social até à perda dos mais elementares direitos, inclusive os autonómicos.
O
conhecimento mais alargado e uma leitura mais atenta dos acontecimentos
políticos/sociais regionais, desde à muito que me revoltam para uma
mudança, uma mudança que promova o emprego justo, e não precário, que
fomente o crescimento das famílias, que fomente o crescimento económico,
tecnológico e de forma sustentável, que preserve a natureza, os
costumes, a cultura e a paisagem, que seja honesto e claro para os
cidadãos, uma mudança com a participação e discussão de toda a
comunidade para a resolução dos problemas comuns e não só de alguns, e
essencialmente a preservação de liberdades e direitos que constantemente
são violados na nossa cidade.
Segunda Questão:
Falamos de "Mudança", vamos agora para a
Confiança, Cidadania e Compromisso.
Como estes três "cês" afectam a sua vida activa, nos mais diversos âmbitos: pessoal, profissional, social ou político?
Confiança
é muito pouca atualmente, motivada essencialmente pelo que se passa a
nível nacional e europeu, que infelizmente está afectando gravemente a
região ultraperiférica que vivo, chegando a afetar gravemente a minha
vida pessoal e profissional. A cidadania exerço sempre que posso,
votando sempre, manifestando as minhas posições/reivindicações nas
manifestações, quando concordo com os motivos das mesmas, participo em
reuniões e debates de ideias assim como em fóruns online e redes
sociais, leio e procuro me manter informado sobre o que se passa na
minha comunidade, acho que exerço dentro das minhas possibilidades a
minha cidadania. O compromisso é complicado, principalmente no âmbito
politico, é que nos outros campos exerço fielmente os meus compromissos,
mas no politico as vezes é difícil enquadrar o que penso com o que é
proposto ou decidido por um ou outro partido, nem sempre estamos de
acordo, mas isso faz parte da democracia.
Terceira Questão:
Fala-nos um pouco da perspectiva sobre cidade do Funchal?
Digamos
que é uma cidade turística, limpa, segura, com boa qualidade de vida
geral, cara para viver, estacionamentos e transportes públicos são
igualmente caros, com algumas zonas em que o planeamento urbanístico e
rodoviário não foi o melhor, é muito hospitaleira, com bonitos jardins e
fontes, mas com um centro urbano cada vez mais abandonado pelas
pessoas.
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